A osteoporose é uma doença disseminada por todo esqueleto que se caracteriza por baixa massa óssea e deterioração da qualidade do tecido ósseo, com conseqüente aumento de sua fragilidade e susceptibilidade a fraturas.

Na maioria dos casos, a osteoporose é uma doença silenciosa e só se manifesta justamente quando aparecem as fraturas. As fraturas típicas ocorrem no colo do fêmur, vértebras e no punho, mas todos os ossos são susceptíveis. A do colo de fêmur é a mais grave manifestação da osteoporose. Estima-se que 5% a 20% das vitimas deste tipo de fratura falecerão no mesmo ano em que ocorreu o evento e cerca de 50% dos sobreviventes ficarão incapacitados ou dependentes de modo permanente. As fraturas e o colapso das vértebras da coluna são responsáveis pelas alterações posturais e concorrem para a diminuição da altura relacionada ao envelhecimento.

A osteoporose é um problema de saúde pública mundial. Nos EUA, há 25 milhões de pessoas com a doença e cerca de 1,3 milhões de fraturas anuais. Os gastos chegam a 13,8 bilhões de dólares. No Brasil já existem cerca de 11 milhões de pessoas com osteoporose e com o aumento da expectativa de vida, este número será progressivamente maior. A osteoporose é uma doença universal e freqüente em todos os países. Países de clima frio, especialmente do hemifério norte, são mais propensos a osteoporose devido à baixa incidência de luz solar por tempo prolongado. O Brasil é privilegiado por ter o sol brilhando a maior parte do ano. O sol colabora para maior absorção e aproveitamento da vitamina D, que exerce papel fundamental na fixação do cálcio nos ossos. Estão listados abaixo os principais fatores de risco.

Osteoporose – Fatores de Risco

– Sexo feminino
– Fratura prévia
– Raça asiática ou caucásica
– Idade maior que 65 anos em ambos os sexos
– História materna de fratura ou osteoporose
– Menopausa precoce (antes dos 40 anos)
– Tratamento crônico com corticóide e anticonvulsivante
– Doença reumática, especialmente a artrite reumatóide.
– Climatério/menopausa
– Hipertireoidismo ou hormônio tireoideano em excesso
– Tabagismo
– Alcoolismo
– Sedentarismo
– Imobilização prolongada (pessoa acamada ou em cadeira de rodas)
– Dieta pobre em cálcio
– Baixo Peso (Índice de Massa Corpórea menor que 19)

Os fatores de risco levam em consideração o uso prolongado de alguns medicamentos em dose mais elevada. Por exemplo, o corticóide teria que ser usado em dose acima de 7,5mg de prednisona ou equivalente por mais de 3 meses.

O fumo e o álcool são ativadores da reabsorção óssea e podem colaborar para a osteoporose.

Estima-se que para ser prejudicial à saúde dos ossos, o consumo de cigarro tem que ser acima de 5 unidades por dia e o álcool, acima de uma dose de whisky, uma latinha de cerveja diária ou dois cálices de vinho.
Massa Óssea
A medida da massa óssea é a melhor determinante mensurável do risco de fratura por osteoporose. A massa óssea aumenta durante a infância e adolescência, atingindo seu pico na década de trinta, e depois inicia um declínio progressivo e continuo com a idade. A mulher adulta tem menor massa óssea em relação ao homem em todas as idades e apresenta uma acentuada aceleração de perda de massa óssea durante os cinco anos seguintes à menopausa. A perda de massa óssea associada à idade é aproximadamente de 1% ao ano e pode se acelerar até 5% ao ano após a menopausa, em cerca de um terço das mulheres.

Diagnóstico (Densitometria Óssea):
A melhor forma de quantificar a massa óssea e diagnosticar a osteoporose é através da Densitometria Óssea. Trata-se de um exame radiológico rápido, indolor e com baixa radioatividade. O paciente submete-se ao exame deitado em uma maca e com as pernas apoiadas em uma almofada. Deve ser realizado no fêmur total e na coluna lombar, que são os sítios mais susceptíveis à fratura e em geral, estas duas regiões são suficientes para refletir o que acontece em todo o esqueleto. O método é muito sensível e especialmente, no fêmur, o erro é de no máximo 2%. A coluna pode ter o seu resultado modificado para um valor acima do real pela presença de cálcio na aorta, nos ligamentos da coluna ou por ostéofitos (bicos de papagaio). Em caso de resultados conflitantes, deve-se valorizar o resultado do fêmur ou realizar um RX de coluna em perfil.
Que paciente deve fazer a Densitometria?
O Consenso Brasileiro de Osteoporose, reunindo as recomendações universais, recomenda que a densitometria óssea seja realizada nas seguintes situações:

1. Todas as mulheres com 65 anos ou mais
2. Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos
3. Mulheres com menos de 65 anos, na peri e pós-menopausa, com os fatores de risco para osteoporose citados acima.
4. Indivíduos com fratura por trauma mínimo
5. Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais
6. Homens acima de 65 anos com fatores de risco
7. Para monitoramento da evolução da doença e dos diferentes tratamentos disponíveis.

Apesar das recomendações ressaltarem a realização do exame em mulheres acima de 65 anos, vemos que aquelas em período climatérico com fatores de risco, que incluem a maior parte da população, também devem fazê-lo. Acredito que todas a mulheres deveriam fazer uma densitometria óssea para avaliar o seu pico de massa óssea e outra na menopausa para avaliar o seu ritmo de perda.

A melhor forma de evitar a osteoporose, é investir em ter um bom pico de massa óssea. Obviamente dependemos da nossa herança genética, mas podemos colaborar com uma alimentação rica em cálcio, em qualquer fase da vida. Especialmente no período gestacional e da amamentação, é importante uma boa ingestão ou suplementação de cálcio tanto para a mulher como para o feto.

O sol, mesmo com filtro solar, colabora para a absorção da vitamina D e os exercícios são fundamentais em todas as fases da vida. É preocupante no futuro o fato de que as crianças tenham se tornado cada vez mais sedentárias devido ao número de horas em ficam sentadas na frente da televisão ou do computador. É muito importante desenvolver o hábito do esporte desde criança. Aqueles que treinam algum esporte na infância ou na juventude tendem a se manter ativos durante toda a vida. No próximo capítulo discutiremos as opções de tratamento e as perspectivas futuras.

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