A dor na relação sexual, cada vez mais é uma queixa frequente no consultório ginecológico, muito comum e com conseqüências sérias no casal principalmente na esfera da sexualidade feminina, pode ter causas anatômicas, psicológicas ou ambas e as vezes é de difícil tratamento.

A vida sexual é algo muito importante nas nossas vidas, com o ato de fazer amor, existe a cumplicidade, entrega e prazer com a pessoa que amamos. Mas atenção que muitas vezes esse momento intimo que une o casal, pode ser doloroso e desconfortável.

Apesar de atualmente os preconceitos sexuais estarem sendo superados, o que faz com que as mulheres tragam seus problemas ao médico, existem muitas mulheres que ainda atribuem ao ato sexual o sentido de uma verdadeira luta em que tomam parte o homem e a mulher.    Muitas vezes podemos percebem que elas o consideram como parte de um processo de violentação, em que seriam penetradas pelo homem de uma maneira dolorosa e ameaçadora.   Muitas mulheres tem ciência de que o coito também pode proporcionar prazer, porém continuam alimentando a fantasia de que seus órgãos genitais ficarão traumatizados e inflamados a ponto de que possam ter dor para urinar ou caminhar.

A idéia de dor é geralmente ligada a primeira relação porque a iniciação feminina se reveste de significados biológicos, psicológicos e sociais diferentes daqueles da primeira vez para o homem. A primeira relação para a mulher se transforma em um acontecimento marcante e algumas vezes até brutal, diferente do homem em que a primeira relação é uma continuidade de suas experiências eróticas.

Na complexa reação vaginal que a mulher apresenta no coito, interferem não apenas vários estruturas anatômicas como também todas as suas experiências emocionais, como por exemplo incidentes ocorridos na infância ou na juventude que podem despertar nela uma profunda resistência ao envolvimento sensual.

Outros fatores como uma educação severa, ensinamentos religiosos e a indevida valorização cultural da virgindade, entre outros, podem ter reflexos negativos no momento do coito: a ansiedade; angustia que impede a mulher de relaxar, se excitar e sofrer as mudanças fisiológicas e anatômicas normais que facilitem a penetração do pênis. Estas considerações anteriores são importantes para se entender melhor as causas do vaginismo e da dispareunia e seu tratamento.

VAGINISMO:

Vaginismo é a dor na penetração do pênis provocada por uma contratura muscular espasmódica que impede ou dificulta a penetração vaginal. Geralmente é uma alteração psicossomática causada por distúrbio de fundo emocional que se exterioriza em modificação corporal.  Essa contração muscular, involuntária e não percebida pela mulher, é conseqüência de uma acentuada ansiedade em relação à penetração vaginal. Essa ansiedade resulta, na maior parte das vezes,da falta de informação precisa sobre os órgãos genitais, medo de sentir dor ou ansiedade.

Além da educação rígida, ( que suprime informações detalhadas sobre assuntos de natureza sexual,) também incidentes traumáticos como quando ocorre a perda de virgindade seguida de sangramento intenso, e tentativas de estupro, podem causar vaginismo.

Como a mulher não consegue relaxar a musculatura há um estreitamento vaginal bastante pronunciado e em conseqüência ela sente dor em queimação durante as tentativas de penetração. Este sintoma pode se repetir ao ser examinada pelo ginecologista. É uma reação de defesa, instintiva.

A dor ocorre á partir do momento que o pênis ou o espéculo vaginal usado para examiná-la deve vencer a resistância da contratura muscular.   Muitas vezes ocorre até nítida contração dos músculos da coxa fechando as pernas.

EM CONDIÇÕES NORMAIS A PENETRAÇÃO VAGINAL É UMA OCORRÊNCIA TOTALMENTE INDOLOR.

A mulher que sofre de vaginismo em geral desconhece por completo a anatomia de seus órgãos genitais. Aprender a identificar e examinar seu corpo é uma etapa importante para a solução dessa dificuldade sexual. Esse tipo de terapia ajuda a desmistificar medos irracionais e fantasias distorcidas sobre os órgãos genitais.

A informação é a melhor terapia para o vaginismo. A participação do marido em todas as etapas do tratamento é essencial pois além de reduzir a duração do mesmo também ajuda o casal a desenvolver um relacionamento sexual melhor e a esclarecer seus problemas interpessoais.

A terapia sexual que combina a dessembilização em nível da vagina com a orientação conjunta do casal é a que reúne melhores condições para superar o vaginismo.

DISPAREUNIA:

Refere-se a dor que algumas mulheres sentem durante a relação sexual. Também pode atingir os homens no coito ou após o mesmo. Vai desde uma irritação até dor intensa.

Pode ser causada por:

a)alterações anatômicas dos órgãos genitais como aderências após cirurgias abdominais, inflamações vaginais e ou penianas, etc.
b)por fatores psicológicos ( falta de interesse pelo coito, ausência de envolvimento afetivo com o aparelho sexual, temores quanto ao desempenho sexual , etc. ).

A maior conseqüência destes fatores anatômicos ou psicológicos é a ausência ou a pouca lubrificação vaginal, que dificulta ou provoca dor no coito.

É muito importante citar que as mulheres após a menopausa têm uma menor lubrificação pelo processo gradual de atrofia da mucosa vaginal, o que pode levar à dor na relação sexual.

A ausência de lubrificação vaginal em conseqüência de penetração , ou seja, antes da mulher atingir nível adequado de excitação, é a causa mais comum de dispareunia; também sem esta excitação as modificações vaginais necessárias para a penetração peniana não ocorrem e que podem provocar a dor.
As infecções vaginais que provocam corrimentos, ardor, prurido, irritação também podem determinar a dor sentida durante o coito.

O uso de lavagens vaginais internas após o coito para manter a higiene local, pode mudar o PH vaginal favorecendo infecções genitais ( deve ser evitada ).

O simples expediente de lavar os órgãos genitais com água e sabonete é tudo o que se faz necessário para garantir o escoamento de secreções após o coito e para evitar odores desagradáveis.

Outras causas comuns são aquelas que alteram o PH vaginal favorecendo as infecções como :

1-uso contínuo de pílulas anticoncepcionais
2- diabetes
3- ingestão de corticóides
4- alergia a preservativos, diafragmas, cremes, geléias espermaticidas e ao desodorante íntimo
5-Cicatrizes endurecidas em região genital por partos e ou cirurgias ginecológicas ou plásticas, etc.

São também importantes as causas psicológicas. A dor se torna um pretexto, consciente ou inconsciente , para evitar o coito com determinados parceiros ou em ocasiões em que elas não se sentem motivadas para a atividade sexual.

A dispareunia freqüentemente dificulta ou impede que a mulher chegue ao orgasmo.

O TRATAMENTO MÉDICO TANTO DO VAGINISMO QUANTO A DISPAREUNIA TEM GRANDE SUCESSO QUANDO OS PARCEIROS SEXUAIS SE COMPROMETEM A SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES MÉDICAS E PSICOLÓGICAS E ESTÃO DE CABEÇA ABERTA PARA MUDANÇAS NO SEU RELACIONAMENTO CONJUGAL,DIMINUINDO SUAS ANSIEDADES E TEMORES PARA MANTER UM EQUILÍBRIO SEXUAL CONTÍNUO E PRAZEIROSO.

  1. 10 de outubro de 2012

    Drº Gonzaga
    Eu estou desesperada. Tenho 25 anos e sinto dores do lado esquerdo, na região pélvica, acredito ser ovário. Esta dor não é crônica. Há algum tempo, uns 8 meses sinto um incomodo dependendo do movimento, na hora de sentar se for bruscamente e na relação sexual parece que o pênis encosta em algo e dá esta dor, mas só quando estou de costas. Já fiz transvaginal e não há nada de anormal, mas comecei lendo na internet sobre câncer de ovário e estou desesperada. Estou dormindo a base de calmantes. Fui em um oncologista particular e ele pediu ressonância magnética e colonoscopia. Ele disse que na minha idade é muito difícil, poderia talvez ser uma endometriose, mas até os exames ficarem prontos gostaria de uma palavra de conforto do senhor, pois eu só penso em coisa ruim, que vou morrer. Doutor, sei que não pode me consultar através da internet, mas pelo menos diga quais outras causas podem ser esta dorzinha, uma inflamação, não sei, algo que me conforte doutor, me ajude.
    Doutor, mais um comentário. Quando o doutor fez o exame com as luvas tocando internamente os órgãos, nos meus leigos conhecimentos acredito ser o útero, trompas e até mesmo os ovários, senti a dor mais intensamente. Ontem fui nele e até agora está dolorido.
    Doutor, repito, sei que o senhor não pode me consultar pela internet, porém estou aguardando os exames, mas preciso de uma palavra de conforto, algo que faça a minha cabeça parar de pensar coisas horríveis. Por favor doutor.
    Obrigada, fique com Deus

Write a comment:

*

Your email address will not be published.

2015 © Copyright - Dr. Francisco Gonzaga por Tribo Creative

Para Emergências Ligue: (19) 3542-2700