A transmissão sexual da hepatite C é bastante controvertida, não é a forma mais comum de contágio e nem a mais recorrente, porém não há como garantir a segurança em não contaminar-se durante o ato sexual.

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TRANSMISSÃO

A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções (leite, saliva, urina e esperma), a quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 hoas a 4 dias em ambientes externos. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise (cerca de 15-45% são infectados nos EUA) e trabalhadores da área de saúde.

Com o surgimento de exames para detecção da hepatite C, a incidência anual vem caindo. Isso é mais significativo em receptores de transfusões, pois essa era a principal via de transmissão e atualmente o risco de adquirir hepatite C por transfusão sangüínea está entre 0,01 e 0,001%. Atualmente, o maior risco é dos usuários de drogas, que nos EUA tem 72-90% de prevalência de infecção. Estima-se que após 6 a 12 meses de uso de drogas endovenosas, 80% dos indivíduos estão infectados.

Em trabalhadores de saúde que se acidentam com agulhas contaminadas, há o risco de transmissão, mas ele é menor que 4% (menos que a hepatite B, mais que o HIV) e isso é responsável por menos de 1% dos casos de infecções.

A transmissão vertical (mãe para filho) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo principalmente da quantidade de vírus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há aparente risco maior no parto normal que na cesariana e o aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos em ambos os casos são conflitantes. Não há até o momento nenhuma técnica para reduzir o risco de transmissão para o bebê durante o parto. Após o parto, deve ser realizada sorologia (anti-VHC) do bebê apenas após os 18 meses, pois antes disso os anticorpos detectados no sangue do bebê podem ser os provenientes do sangue da mãe, passados para o feto através da placenta. Há também a possibilidade de coleta de sangue para pesquisa do RNA VHC (pelo PCR) na primeira e na segunda consulta de puericultura (com o pediatra, entre um a dois meses de vida).

O aleitamento materno não está contra-indicado para mães portadoras do VHC.

A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro que a hepatite C é muito menos transmitida sexualmente que a hepatite B. Em parceiros fixos de pessoas contaminadas, a prevalência de infecção é de apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes encontramos outros fatores de risco que podem ser a causa da infecção. Por outro lado, entre pessoas sem nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de sexualmente promíscuos. Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade de uso de preservativo em parceiros estáveis pela hepatite C.

Outros fatores de risco menores são o uso de cocaína intranasal, piercing e tatuagens. Mesmo excluídas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, ou sem modo conhecido, é responsável por pelo menos 12% dos casos.

Naturalmente, como tem os mesmos modos de transmissão, os portadores de hepatite C têm também um risco maior de outras doenças, particularmente a hepatite B a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, devendo realizar exames de sangue para diagnóstico. De particular interesse são a co-infecção hepatite B e C e hepatite C e HIV, com evoluções muito piores e tratamento mais difícil.

Fatores de risco para o contágio da hepatite C

Transfusão de sangue ou derivados

Uso de drogas ilícitas

Hemodiálise

Exposição a sangue por profissionais da área de saúde

Receptores de órgãos ou tecidos transplantados

Recém-nascidos de mães portadoras

Contatos sexuais promíscuos ou com parceiros sabidamente portadores

Exposição a sangue por material cortante ou perfurante de uso coletivo sem esterilização adequada:

procedimentos médico-odontológicos

tatuagem

acupuntura

manicure / pedicure

body piercing

contato social ou familiar com material de uso pessoal ( barbeadores, escovas dentais, etc )

“medicina” folclórica ( inclui “cirurgias espíritas” )

barbeiros e cabelereiros

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