Praticar exercícios, além de ser saudável, está na moda. Quem não se sente bem ao caminhar, pedalar, correr ou nadar em uma manhã ensolarada? Melhor ainda se tiver na companhia de amigos. Aí a atividade, que poderia ser um suplício, se torna puro prazer.
Mas, antes de calçar os tênis, empunhar a raquete ou subir na bicicleta, é preciso ter a consciência de que, por mais inocente e leve que possa parecer o exercício, exige-se uma carga do coração, que precisa estar preparado para o esforço.

“Durante a atividade física, há necessidade de aumentarmos o nosso débito cardíaco, ou seja, o volume de sangue bombeado pelo coração, para que os músculos exercitados recebam suficiente oxigênio. Esse débito cardíaco resulta em grande parte do aumento da nossa frequência cardíaca, que, aliás, é a peça-chave de um treinamento físico, pois determina a intensidade do exercício”, explica a dra. Luciana Janot de Matos, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

É importante consultar um cardiologista antes de iniciar qualquer atividade física para se certificar de que o exercício não trará nenhum risco à saúde. Algumas doenças cardíacas preexistentes podem exigir mudança de exercício ou até mesmo a interrupção da prática.

Um estudo do qual a dra. Luciana fez parte, publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia em janeiro de 2007, avaliou o desempenho cardíaco de 162 corredores de longa distância do sexo masculino, com idade entre 14 e 67 anos, em sua maioria amadores, por meio de eletrocardiogramas, ecocardiogramas e da resposta cardiopulmonar em teste de esteira. Foi constatado que 9% dos corredores apresentavam doenças cardiovasculares e 17%, alterações metabólicas. Mais da metade tinha diminuição da frequência cardíaca e 33% desenvolveram hipertrofia (crescimento excessivo) no ventrículo esquerdo, provável resultado da adaptação do coração ao aumento do esforço físico.

Antes de começar

De acordo com o American College Sports of Medicine, há determinados grupos que devem fazer uma avaliação cardiológica para começar a praticar esportes:

Homens de 45 anos ou mais
Mulheres de 55 anos ou mais
Homens e mulheres – independentemente da idade – com mais de dois fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes melitus, sedentarismo, tabagismo, obesidade e histórico familiar de doença coronariana.
O primeiro passo é a avaliação clínica cardiológica. “A partir daí é possível traçar o perfil cardiovascular e solicitar exames de forma individualizada”, explica a dra. Luciana. O teste ergométrico e o ergoespirométrico geralmente são solicitados para determinação da frequência cardíaca de treinamento adequada para cada praticante.

Durante o exercício

Independentemente de ter passado ou não por checkup, é recomendável interromper a atividade física caso se manifestem alguns sintomas: cansaço mais intenso que o habitual, dor torácica ou muscular, tontura, mal-estar, náuseas ou palpitações. “Nesses casos é bom procurar um médico para esclarecer os sintomas”, avisa a cardiologista.

Para os chamados atletas de fim de semana, o alerta é ainda maior: “Além de não receber os benefícios da atividade física regular, eles correm maior risco de sofrer lesões musculares”, afirma a dra. Luciana.

É importante seguir a recomendação médica para garantir a saúde antes, durante e depois dos exercícios. Para sair do sedentarismo e iniciar uma atividade física moderada, como a caminhada, é preciso praticar cinco vezes por semana por 30 minutos, ou três vezes por semana se for mais vigorosa.

Conhecer os limites do corpo e respeitá-los, além de seguir orientação profissional, seja de cardiologista, fisiatra, médico do esporte ou educador físico, é fundamental para alcançar os benefícios que a atividade física pode proporcionar. Outro ponto importante é descansar e manter alimentação equilibrada.

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